Temas que nos definem

Térmica e Fluidos

Definir energia não é algo trivial, e alguns autores chegam a argumentar que "a ciência não é capaz de definir energia, ao menos como um conceito independente". Contudo, mesmo para estes autores, "embora não se saiba o que é energia, se sabe o que ela não é", em clara alusão aos demais significados da palavra difundidos em senso comum, não obstante bem distintos daqueles encontrados no meio científico.

Em ciência, energia refere-se a uma das duas grandezas físicas necessárias à correta descrição do inter-relacionamento - sempre mútuo - entre dois entes ou sistemas físicos. A segunda grandeza é a quantidade de movimento. Os entes ou sistemas em interação trocam energia e quantidade de movimento, mas o fazem de forma que ambas as grandezas sempre obedeçam à respectiva lei de conservação. É bem difundido - não só em senso comum - que energia associa-se geralmente à capacidade de produzir um trabalho ou realizar uma ação.

Em verdade, a etimologia da palavra tem origem no idioma grego, onde εργος (ergos) significa "trabalho". Embora não completamente abrangente no que tange à definição de energia, esta associação não se mostra por completo fora do domínio científico, e, em princípio, qualquer ente que esteja a trabalhar - por exemplo, a mover outro objeto, a deformá-lo ou a fazê-lo ser percorrido por uma corrente eléctrica - está a "transformar" parte de sua energia, transferindo-a ao sistema sobre o qual realiza o trabalho.

O conceito de energia é um dos conceitos essenciais da Física. Nascido no século XIX, desempenha papel crucial não só nesta cadeira como em todas as outras disciplinas que, juntas, integram a ciência moderna. Notoriamente relevante na Química e na Biologia, e mesmo em Economia e outras áreas de cunho social, a energia se destaca como pedra fundamental, uma vez que o comércio de energia move bilhões anualmente.

IDH

Figura com relação entre IDH e o consumo de energia per capta

O IDH incorpora fatores como a expectativa de vida, nível de escolaridade, distribuição de renda, PIB per capta, taxas de pobreza e qualidade ambiental, e é normalizado numa escala de 0 a 1. Países com IDH próximas de zero possuem uma péssima qualidade de vida como Moçambique e Serra Leoa na últimas posições (IDHs de 0,336 e 0,410 respectivamente).

Ao contrário, países com IDH próximos de 1 possuem excelente qualidade de vida sendo que a Noruega é a primeira colocada com um IDH de 0,968. A relação entre o IDH e o consumo de energia per capta, mostrado na figura, revela diversas tendências interessantes.

A principal delas é que há uma relação direta entre IDH e consumo de energia, conforme antecipado anteriormente, porém há ums nítida saturação a partir de aproximadamente 2500 kgoe/pessoa. Mais precisamente, a partir deste valor de consumo de energia per capta, não há melhoria significativa em termos de qualidade de vida.

Atualmente (2008) o Brasil possui um IDH de 0,800 e um consumo de energia per capta em torno de 1067,8 kgoe/pessoa o que coloca em perspectiva nossa real situação em termos de qualidade de vida.
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